Sai da toca, tocaia
Inimigo não vem lá
Dona senhora de cá
Abra a porta pra eu entrar
Muito trejeito, meu irmão
Pra pouco trajeto, quero não
Manda o papo reto
Já enrolou demais
Não tá direito, dá pra ver
Que não é direto, pode crer
Meu tiro discreto
Muito mais longe vai
Olho de ave de rapina
Bala de carabina
Se tem ouro na mina eu vou
Pegar
Tomo distância
De quem empurra com a pança
De quem promete e não avança
Pois se quiser entrar
Pode se achegar
Mas tem que botar
Fé
Se for azedar
Pode arredar
Pé
(Se for azedar pode engatar ré)
Pro seu governo, também não sou de esperar
Baba de lesma, bobo de rebobinar
Não tem arrego
Sossego
Sopinha com mingau
Bolacha de água e sal
Eu sou sujeito de não se desperdiçar
E não sujeito o meu sapato a se gastar
No seu terreno
Veneno
Ponta de ferrão
Picada na mão
Mas, porém, ouvi falar
Que você tem pra me dar
Um feitiço, um nó
Sabor de avelã
Sem pena, sem dó
Até de manhã